r.smile

 
registro: 18/07/2008
A vingança nunca é plena, mata a alma e a envenena.
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Último jogo

O olhar e sua confiança... Demostração em uma alteza.

Sim. Fui à Igreja. 


Que bom!!!! Não teria um melhor lugar para ir. 


Ontem, Fui a dois períodos. Manhã e Noite. 


Para minha alegria, mamãe aceitou o meu convite para me acompanhar na parte da manhã. Fomos de carro; tive uma cia agradável, de ótimos papos, onde até conseguimos , entre outras coisas, gargalhar do meu primeiro e último “pileque” da vida.


À noite; peguei meu celular junto com o fone de ouvido e fui de condução. 


Durante o caminho fui observando algumas coisas que normalmente ficam desapercebidas. Acho que eu estava num momento “de reflexão”. 


No embarque ao Metrô, não vazio, encontro um lugar para sentar. Fecho os olhos e tento me enxergar.

Percebendo um certo movimento, eu apenas abro um pouquinho um olho e vejo, na frente do meu rosto, uma mãe com uma criança no colo.  Que bacana !!!  Penso em fingir que estou dormindo kkk mas, não descansaria nada bem. Por questões obvias, aquela mãe devia tá bem mais cansada e com uma dura missão pela frente.


Cedi o lugar.


Agora em pé; observo o rosto e o semblante de cada um que estava no meu campo visual.


Reflito e sem nenhum super poder, observo que todos tem marcas. Algumas superficiais, outras fundas. Algumas escondida, outras nítidas. Vi uma jovem linda, grávida, carregando consigo uma cicatriz feia, de queimadura, no seu antebraço e pescoço, com alguns resquícios no seu queixo e bochecha.

O que será que aconteceu? Um acidente? Uma agressão? Um ciúmes? Um pai bêbado? Foi fogo, ou água, ou gordura; tinha álcool ou embriaguez este "calor" que jogaram na altura do seu ombro esquerdo?? E agora... o que isto importa?

Ela olhava ao horizonte e pelas cicatrizes secas, acredito que naquele momento ela nem pensava nisto. Uma gestação muda a vida dos seus pais. Ela tinha muitas outras coisas para pensar.


Instante depois; um pouco a minha direita; estava uma criança, no colo daquela mãe que eu cedi o lugar (agrrrr rs).  Esta menina de aproximadamente um ano e meio é a razão por que escrevo hoje.

 

A criança; linda e uma simpatia encantadora, olhava para um jovem a sua frente. Ela ora ria, ora fazia careta e voltava a gargalhar.

A confiança do olhar dela era tanta que naquele momento ela era a princesa, a rainha daquele vagão. Atrevo-me a dizer do trêm, rainha da viagem.


O rapaz do meu lado era feio, meio “mal encarado”. Fiz uma coisa que raramente eu faço: Olhei para ele que estava do meu lado e ignorando qualquer clima previsto numa resposta negativa; perguntei: ---- É sua filha ???  Ele me respondeu todo cheio ---- Sim.    Eu disse:  ---- Parabéns; é uma linda menina !!!

Dali em diante não perguntaria mais nada.


Virei o rosto para outro lado; coloquei o fone no ouvido; fingindo escutar uma música e no silencio comecei a pensar:

Será que o nome dela é Juliana?? Geovanna ?? Ahhh tem que ser Juliana rs

Voltei o meu rosto e meus olhos para ela. Com o semblante sereno ela estava olhando nos meus olhos com uma tranquilidade e certeza intimidadora.

Escondi meus olhos com o ombro; ri e ao mesmo tempo querendo buscar uma tranquilidade que se perdeu dentro de mim; pensei naquela segurança: “Que absurdo rs. Esta menina não sabe para onde vai; nem sabe o que vai fazer; nem sabe direito o que quer. De onde ela pensa que veio? De uma deliciosa paçoca, de um limão podre, de um acidente de transito ou de uma fábrica de chocolate?? rs

Cansado de buscar uma confiança que em breve e aos poucos retornará; olhei para ela e ela ainda estava olhando para meus olhos.

Pensei em dobrar meus joelhos e falar ------ “Alteza”


Eu melhorei meu semblante, apertei meus olhinhos, causei uma covinha na minha Buchecha e esbocei um sorriso para ela. Ela, me testando, também retribuiu um tímido sorriso, com um olhar atrevido.

Ultimamente estou um mel para criança. Kkk kkkkkk kkkkkkkkk


Tive uma excelente idéia (ironia).

Fiz uma careta semelhante ao que o pai dela fazia, brincando, momentos antes. Péssima ideia, lembrando que eu já sou muito feio. rs

Ela ficou séria, não perdeu a serenidade e sem medo algum o seu olhar me falava alguma coisa que eu não consegui interpretar; mas sei que era uma das possibilidades:

--- Te conheço???

--- Te dei liberdade??

--- Nunca te vi e nem conheço a sua voz.

--- Você me conhece??

--- Tá me tirando, mano !?!?!?

--- Me erra !!!


Neste momento, virei o meu rosto; apartei o meu fone de ouvido querendo demostrar para quem me observava que a gargalhada que eu estava segurando era de uma possível piada que escutava em alguma rádio.


Logo, sua mãe levanta para desembarcar. Com os meus olhos acompanho a alteza “Juliana” me olhando até fechar a porta do vagão.

Numa pretensão ela me ensina, quase pegando no sono, no colo de seu pai. 

“Descansa no colo do Pai. Não tenha medo de caretas desconhecidas. Aproveite a vida, intensamente e com responsabilidades, é possível, sim! Seja Feliz!”

 

E minha mãe afirma que eu não quero ser pai rs.  Mamãe reconhece que a natureza muda, o tempo muda, as coisas mudam; sabe deduzir que em breve "vai chover". Mas ainda não notou a diferença no seu único filho. rs


Aprendi algumas coisas e reaprendi outras com aquele bebe.

 

Vou readquirir a confiança que momentos antes foi-me, covardemente, arrancada.  Ela estará nitidamente perceptível no meu olhar, pois, entre outras coisas, ajudará a conquistar muito e a muitos !! E mesmo chegando a velhice que me aguarda, manterei a mesma confiança que a “Juliana” e o bebe da foto do meu perfil possui.

 

Mas, espere um momento, estou querendo colocar em prática:

 

Tá fazendo careta pra mim ??????? 

 

Sereno, em silêncio, te encaro:

 

“TE CONHEÇO ????”


                                                                              R. Smile