acma1953

­AOS AMIGOS DE TODA A VIDA PERDOA-SE TUDO?

Há uma linha, muito fina e subtil, que nos une aos amigos de toda a vida. Ela é franzina, quase imperceptível. Mas não é frágil.

Os amigos de toda a vida são uma estirpe de amigos de que gosto particularmente. Não os uno aos irmãos (só quem tem irmãos percebe que é impossível uni-los a alguém), mas uno-os aos quase-irmãos, que também é bem bom.

Os amigos de toda a vida são importantes, entre outras coisas, porque nós podemos ignorá-los. Com verdadeiro desprendimento e sem cerimónias. Vamos lá reconhecer: isto só é possível porque se tratam de amigos de toda a vida.

Aos amigos de toda a vida é-nos permitido brincar a sério. E elevar qualquer brincadeira ao seu expoente máximo: com humor profundo, negro e que magoa. Isto só é permitido a quem partilhou connosco as andanças instáveis da infância e da juventude. Aos outros, era logo relações cortadas, que "este gajo é um idiota e nunca mais o quero ver"!

Nós desesperamos os amigos de toda a vida. E, talvez mais importante, nós desesperamos COM os amigos de toda a vida. Porque podemos. Porque ninguém se chateia. Porque nós e eles existimos por causa disso mesmo!

É bom ter amigos de toda a vida.

Eles compreendem as nossas meias palavras e, agora dou-vos a melhor notícia: vão compreender sempre. Estamos afastados, deixamos de partilhar o dia-a-dia, mudaram de cidade, de país, de continente, de vida, o que quiserem! Mas eles estão lá. Está cientificamente provado que eles estão lá! (bom, fui eu que fiz esta experiência – se calhar, não conta muito para a ciência!)

Uma palavra mal colocada numa mensagem, uma palavra mal referida numa conversa, eles percebem, a sério que percebem, que algo está mal. Há uma cumplicidade inexplicável com os amigos de toda a vida!

À pergunta: aos amigos de toda a vida perdoa-se tudo? Consigo responder, com aquela certeza de quem tem amigos de toda a vida, que sim. Claro que sim. Como se perdoa tudo a um irmão. Porque, embora não o sendo, o facto de simplesmente existirem já os eleva a um patamar muito favorável: o do “quase irmão”.

Vou rectificar. Aos amigos de toda a vida perdoa-se tudo menos a distância. Porque, pese embora nada mude com a distância, ela não camufla as saudades da partilha diária. Ela não esconde a dor da ausência.

Aos amigos de toda a vida perdoa-se tudo? Sim, menos a falta que nos fazem. 

Crédito à Catarina Duarte,Insensatez

Era uma vez um garoto que nasceu com uma doença que não tinha cura. Tinha 17 anos e podia morrer a qualquer momento. Sempre viveu na casa de seus pais, sob o cuidado constante da sua mãe. 

Um dia decidiu sair sozinho e, com a permissão da mãe, caminhou pela sua quadra, olhando as vitrines e as pessoas que passavam. Ao passar por uma loja de discos, notou a presença de uma garota, mais ou menos da sua idade que parecia ser feita de ternura e beleza. Foi amor à primeira vista. Abriu a porta e entrou, sem olhar para mais nada que não a sua amada. Aproximando-se timidamente, chegou ao balcão onde ela estava. Quando o viu, ela deu-lhe um sorriso e perguntou se podia ajudá-lo em alguma coisa. Era o sorriso mais lindo que ele já havia visto, e a emoção foi tão forte que ele mal conseguiu dizer que queria comprar um CD. Pegou o primeiro que encontrou, sem nem olhar de quem era, e disse: - Esse aqui... - 

Quer que embrulhe para presente ? - perguntou a garota, sorrindo ainda mais... Ele balançou a cabeça para dizer que sim e disse: - É para mim mesmo, mas eu gostaria que você embrulhasse. 

Ela saiu do balcão e voltou, pouco depois, com o CD muito bem embalado. Ele pegou o pacote e saiu, louco de vontade de ficar por ali, admirando aquela figura divina. 

Daquele dia em diante, todos as tardes voltava à loja de discos e comprava um CD qualquer. Todas as vezes a garota deixava o balcão e voltava com um embrulho cada vez mais bem feito, que ele guardava em sua gaveta, sem sequer abrir. Ele estava apaixonado, mas tinha medo da reacção dela, e assim, por mais que ela sempre o recebesse com um sorriso doce, não tinha coragem para convidá-la para sair e conversar. Comentou sobre isso com sua mãe e ela o incentivou, muito, a chamá-la para sair. 

Um dia, ele se encheu de coragem e foi para a loja. Como todos os dias comprou outro CD e, como sempre, ela foi embrulhá-lo. Quando ela não estava vendo, escondeu um papel com seu nome e telefone no balcão e saiu da loja correndo. 

Alguns dias depois o telefone tocou e a mãe do jovem atendeu. Era a garota perguntando por ele. A mãe, desconsolada, nem perguntou quem era, começou a soluçar e disse: 

- Então, você não sabe? Faleceu ontem. 

Passado alguns dias mais, a mãe entrou no quarto do filho, para olhar suas roupas e ficou muito surpresa com a quantidade de CD's, todos embrulhados e guardados em sua gaveta. Ficou curiosa e decidiu abrir um deles. Ao fazê-lo, viu cair um pequeno pedaço de papel, onde estava escrito: 

- Você é muito simpático, não quer me convidar para sair? Eu adoraria. Emocionada, a mãe abriu outro CD e dele também caiu um papel que dizia o mesmo, e assim todos quantos ela abriu traziam uma mensagem de carinho e a esperança de conhecer aquele rapaz. Assim é a vida: 

Não espere demais para dizer a alguém especial aquilo que você sente. Ainda dá tempo... (?) 

(Autor desconhecido).

Admito que este blog que vou colocar pode ferir algumas susceptibilidades e correr o risco de vir a criar aqui uma maré de desagrado ou até de palavras menos próprias, ressalvo ainda que tenho muitos amigos brasileiros, que carinhosamente trato de “zucas” como a mim e aos portugueses tratam por “tugas”. 

Esta introdução para que possam compreender que o que vou escrever em nada pretende ser insultuoso ou humilhante… é a realidade da globalização, e espero que assim o entendam.

Sei de uma pessoa que está agora a sorrir e a olhar para todos nós lá no local onde se encontra com o seu que seja doce pois falámos centenas de vezes destes temas, e ambos aprendemos muito.

Amigos, os “tugas” desde há dezenas e dezenas de anos que são vistos e são alvo de todo o tipo de piadas por parte do povo brasileiro, e em muitas situações de forma humilhante. Mas levamos tudo isso com um sorriso, porque no geral o povo brasileiro é simpático, agradável, e doce em muitos aspectos.

Quero lembrar que vivemos num mundo global e o Brasil não parece ter ainda entendido isso em algumas áreas da vida e no mundo que estamos todos inseridos. 

Quero lembrar que Portugal foi o primeiro País a abolir a escravatura parcial em 1570 e total em 1751 mais de 100 anos antes dos EUA, fomos o primeiro País a abolir a pena de morte, Portugal é um País pequeno mas um dos mais antigos do velho continente, temos mais de 1000 anos de história.

Somos um povo do mar por natureza, mais de 2/3 do Mundo foi descoberto pelos portugueses, Cristóvão Colombo era português e descobriu a América ao serviço de Espanha, a primeira viagem de circum navegação em volta do mundo foi feita pelo português Fernão de Magalhães. A língua portuguesa é falada nos 5 continentes, os portugueses inventaram o compas.so marítimo/sextante utensílio fundamental em toda a marinha mundial, inventámos o pré fabrico de construções em pedra, inventámos a vela latina usada nos veleiros e caravelas, inventámos a salga do bacalhau, inventámos os cartões pré pagos que milhões de pessoas utilizam nos telemóveis, inventámos o dispositivo de pagamento automático de portagens nas auto estradas e em pontes, somos uns dos países com mais patentes registadas em todo o mundo. Saramago, Camões, Cristiano Ronaldo são portugueses.

No domínio do desporto, e tudo isto tem a ver com a recente e enorme conquista do Flamengo… com um “tuga” ao comando.

E este é o ponto. O Brasil tem dificuldade em exorcizar os próprios demónios e a colonização portuguesa, isso continua a ser um engulho… infelizmente, é pas.sado e faz parte da história nada o vai alterar. 

Podemos dizer que Jorge Jesus depois de Cabral “redescobriu” as terras de Vera Cruz e tem o Brasil a seus pés, mas não deixou de ser humilhado e ridicularizado por grande parte da imprensa escrita e falada (não vou esquecer o discurso de um jornalista que até chamou os “tugas” de “mer#a”) e tentaram amesquinhar, apoucar a enorme qualidade deste treinador e antes do mais um ser humano, que respondeu à altura com o trabalho que desenvolveu. JJ deu uma enorme lição de capacidade técnica, táctica e profissional a todos os treinadores brasileiros. 

O Brasil está fechado sobre si mesmo, e agora falo apenas de futebol; o Brasil não aprendeu com os erros e com a estagnação do futebol brasileiro (como sinto nostalgia daquelas grandes selecções do Brasil que dominavam de forma fantástica o futebol mundial com uma beleza e graciosidade ímpares) A lição de uma derrota humilhante no Mundial do Brasil de 2014 (7x1 contra a Alemanha)não foi aprendida. O futebol brasileiro estagnou, os treinadores brasileiros estão ultrapassados no tempo, não evoluíram nada. Infelizmente não é apenas no futebol que isso sucede, o Brasil continua a não aceitar ajudas externas ou apoios internacionais porque continuam a viver com o tal estigma da colonização e os demónios que ainda não exorcizaram, um País imenso multi-racial e multi-cultural onde o racismo, a xenofobia, o homofobismo estão tão presentes... pergunta-se porquê?? abomino todo este tipo de atitudes, o Brasil não merece que ainda existam pessoas que pensem como no século XIX. 

Portugal é um País pequeno mas digno que deu muito ao Mundo, sentimos orgulho por o Brasil ser o País e povo irmão e também nos orgulhamos de o ter descoberto. 

Tudo o que escrevi tem um fim, o Fla que está neste momento uns 10 anos mais à frente dos outros clubes graças a um “fulano lá da santa terrinha” a um José ou Manuel qualquer. 

Escrevam o que vos digo, o Flamengo vai ser campeão Mundial de clubes ( eu nunca fui adepto ou simpatizante do Fla, os meu "times no Brasil sempre foram o Vasco da Gama por razões óbvias, o Corinthians pelos muitos amigos brasileiros que tenho desse clube, e o Santos de Pélé que eu vi jogar)mas agora também sou adepto do Fla porque há muitos anos que sou um fã incondicional de JJ(o que faz ficar meu irmão furioso comigo kkkkk, ele é vascaíno e vive no RJ há 42 anos).  

Termino com um pedido, não me julguem mal por ter escrito quiçá coisas que podem ferir algumas pessoas, mas é uma realidade que muitos brasileiros ainda não aceitam.

Pensamento do dia ( Richard Bach)

“Não chore nas despedidas, pois elas constituem formalidades obrigatórias para que se possa viver uma das mais singulares emoções da vida... o reencontro

Agarrei este pensamento que é sem dúvida uma das mais lindas sensações que pode existir dentro de nós: a alegria de um reencontro. Acredito que nada é por acaso, e uma despedida encerra por vezes o começo de um futuro reencontro. Por vezes nesta vida é necessária a despedida, o corte, o “até breve”, para nos fazer crescer, amadurecer e perder as amarras que nos prendem desesperadamente aos outros; trabalhamos assim (e por mais que nos custe) o desapego. Mais tarde, estaremos de novo ao pé dessa pessoa que um dia vimos partir e poderemos partilhar (nem que seja por breves instantes) as nossas experiências, alegrias e tristezas que nos aconteceram durante o tempo que antecedeu o reencontro. Por vezes vemos novamente essa pessoa partir, mas já deixou em nós mais um pouco de sabedoria, de energia, de amor e estaremos prontos para nos entregar de novo nas mãos do destino e aguardar (quem sabe?) por mais um reencontro… E como diria o grande Freddie Mercury:

“just one year of love is better than a lifetime alone…”

#Créditos ao blog da Love, Falemos de Amor#