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registro: 01/09/2012
...Não suporto falsidade e mentira, a verdade pode machucar, mas é sempre mais digna. Charles Chaplin
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Último jogo

O cavaleiro do AMOR...

 

 

Um dia, numa praça, um jovem exibia seu coração,

o mais bonito daquela cidade.

Uma grande multidão se aproximou e

admirou aquele coração, pois era perfeito.

Não havia nele um único sinal que lhe prejudicasse a beleza.

Todos reconheceram que realmente

era o coração mais bonito que já haviam visto.

O jovem estava vaidoso e o ostentava com crescente orgulho.

De repente um velho homem,

montado num cavalo, surgiu do meio da multidão,

desceu ao chão e bradou:




"Seu coração nem de longe
 é tão bonito quanto o meu!"

 

O jovem e a multidão olharam para o

 coração do velho homem: batia fortemente,

mas era cheio de cicatrizes.

Havia lugares onde faltavam pedaços e também

partes com enxertos que não se

encaixavam bem, que tinham as laterais ressaltadas.

A multidão se espantou:  — "Como pode ele

dizer que seu coração é mais bonito? "


O jovem olhou para o coração do velho

homem e disse, rindo: — "O senhor deve estar brincando!

Compare seu coração com o meu e veja. O meu é perfeito

 e o seu é uma confusão de cicatrizes e emendas!"

— "Sim", disse o velho homem.

"O seu tem aparência perfeita mas eu nunca trocaria o meu por ele.

As marcas representam pessoas a quem dei o meu amor.
Eu arranquei pedaços do meu coração e

 dei a elas e, muitas vezes, elas me deram

pedaços de seus corações para colocar

 nos espaços deixados; como esses

 pedaços não eram de tamanho exato,

hoje parecem enxertos feios e grosseiros,

mas eu os conservo como lembranças
de amor que dividimos.

Algumas vezes eu dei pedaços do meu coração

e as pessoas que os receberam não me

deram em retorno pedaços de seus corações:

esses são os buracos que você vê.

Dar amor é arriscar.

Embora esses buracos doam, eles

 permanecem abertos lembrando-me do

amor que tenho por aquelas pessoas,

e eu tenho esperança de que um dia elas me

dêem retorno e preencham os espaços que ficaram vazios.

Agora você consegue ver o que é beleza de verdade?"

O jovem ficou em silêncio, com lágrimas

rolando por suas faces. Caminhou em

direção do velho homem, olhou para o

próprio coração e arrancou um pedaço,

oferecendo-o com as mãos trêmulas.

O homem pegou aquele pedaço, colocou

no coração e tirando um outro pedaço do seu,

colocou-o no espaço deixado no coração do jovem.

Coube, mas não perfeitamente, já que havia irregulares beiradas.

O jovem olhou para o seu antes tão

perfeito coração.
Já não tão perfeito depois disso,

 mas muito mais bonito
do que sempre fora, já que o amor do

 velho homem entrara nele.

Diante da multidão que os observava em

 respeitoso silêncio, eles se abraçaram e

saíram andando lado a lado, seguidos

pelo cavalo, cujas patas batendo no solo

emitiam o som de corações pulsando ...



COMO É O SEU CORAÇÃO? 

 


 

Silvia Schmidt