S@pphire

 
registro: 06/05/2010
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O que é que eu procuro nas pessoas?

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Que me deem vontade de ficar perto delas. 
Que me façam trocar abraços bem apertados.
Que me recebam com olhares límpidos e palavras honestas.
Que não me escondam os seus temores ou fraquezas.
Que partilhem sorrisos ou até lágrimas, se preciso for.
Que me escutem, mas que também se façam ouvir.
Que que se deixem gostar, sem barreiras, receios ou pudores.
Que não tenham medo de se revelarem tal e qual como são.

Que me mostrem que valem a pena.

Don't Play Games With A Girl Who Can Play Better

¨¨ Você vai precisar de outros invernos para perceber...


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Você vai precisar de outros invernos para perceber o quanto que ela aquecia a sua vida. Não estou praguejando, longe disso. Sou estou dando uma injeção de realidade pra vê se por necessidade você desperta e se move. Ela vai escapar por entre os dedos e você só vai se dar conta quando acordar e não tiver nenhum ‘bom dia’ perdido no celular. A distância vai parecer ainda mais extensa quando ela conseguir seguir a vida dela sem escrever pra você. Sem perguntar se está tudo bem esequer notar o seu silêncio. Nós dois sabemos que o orgulho vai tomar partido e você vai ser durão, mesmo que fique se perguntando diariamente onde foi que você errou. Ela saiu sem avisar. Não deu pistas. Não disse para aonde ia. Não se despediu. Fez as confidências não valerem de nada. E vai ser nesse instante que as entrelinhas farão sentido pra você. Os ‘se cuida’ terão peso e a necessidade de ouvir suas bobagens rasgarão o seu peito. É doído, eu sei. Ela também sabe. Mas você demorou tempo demais para perceber que ela continuava a sua história.

Marcely Pieroni Gastaldi


¨¨ Não é fácil…


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Não é fácil dizer adeus quando o coração insiste em amar.

Não é fácil fingir que está tudo bem, quando estamos derretendo incertezas, tristezas e decepções.

Não é fácil sorrir para alguém ou alguma situação, quando o choro está engasgado na alma.

Não é fácil assumir os erros, as maldades e os insucessos, quando nos sentimos perdidos e sozinhos.

Não é fácil nos aceitarmos por completo, quando a verdade nos desencoraja e confronta com nossas fraquezas.

Não é fácil sair de uma desilusão sem carregar o estigma da descrença.

Não é fácil colocar no lixo o que ainda nos dá falsa esperança.

Não é fácil acordar todos os dias, sair da cama e ir trabalhar cheio de dores e preocupações, mas se faz necessário quando é preciso recomeçar.

Não é fácil deixarmos para trás aquilo que nos desencantou, pois reerguer não tem nada de sublime, é apenas uma imposição própria, quando precisamos sair da escuridão do desgosto.

Não é fácil perdoar, quando a vontade ainda é de vingança, de desejar o pior e mandar para o inferno.

Não é fácil manter o equilíbrio,  a educação, quando perdemos o respeito pelo outro.

Não é fácil neutralizar mal entendidos, quando somos massacrados injustamente por alguém devido a sua falta de ética ou pudor.

Nada é fácil ou ameno, quando precisamos mais de razão do que de sentimento, colocar os pés no chão, respirar uma brisa fresca e achar uma solução.

Não é fácil aceitar conselhos quando estamos remoendo. Não é simples quando dentro de nós, a raiva está instalada; quando falta amor ou precisamos viver o luto. Não existem conselhos sábios e nem palavras que confortam, quando as lágrimas são insistentes e o soluço é o melhor acalanto.

Não é fácil para ninguém viver com dignidade cada dia, quando as oportunidades são limitadas, o salário é uma miséria e o emprego é escravo.

Não é fácil colocar a cabeça no travesseiro, dormir em meio aos problemas e sonhar possibilidades.

Não é fácil fazer caras, bocas e inventar bom humor, quando no íntimo estamos transbordando raiva e tristeza.

Não é fácil dar de cara com o ex e fingir que o esqueceu. Assim como não é fácil desviar o olhar e fingir não percebê-lo quando ainda há sentimento.

Não é fácil fingir que é passado, quando ainda sofremos a perda. Não é fácil viver. Não é fácil enxugar as lágrimas. Não é fácil perdoar. Não é fácil reconhecer os erros. Não é fácil voltar atrás. Não é, mas se faz necessário quando precisamos ser melhores.

É fácil quando a dor está no outro. É fácil julgar e criticar os ridículos do outro. É fácil dar lição de moral diante da vulnerabilidade do outro. É fácil criticar e apontar as fraquezas do outro. É fácil, muito fácil, quando a ferida que está aberta dói no outro e não precisamos nos envolver tanto.

Tudo fica mais fácil quando colocamos amor na vida e levamos sentimentos para as pessoas. Com sentimento e respeito temperamos os dias com a leveza que precisamos para viver bem, mesmo que algumas vezes o sal passa do ponto, tudo fica apimentado ou fica insosso.



Simone Guerra

¨¨ Colcha de retalhos

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Se metaforicamente somos colchas de retalhos, como chegar ao próximo dia 12 de junho acreditando que seremos vistos além de nossos remendinhos e paralelamente, que encontraremos alguém coerente no equilíbrio entre retalhos intactos e gastos, de cores vivas ou desbotadas, firmes ou totalmente descosturados? Como encontrar alguém que se mostre por inteiro, sem ocultar ou disfarçar nada? Como reconhecer a colcha certa em meio a tanta pirataria?

É muito difícil definir nossas escolhas com base nas primeiras impressões.  No início todas as colchas são belas e apaixonantes pois encontram-se caprichosamente dobradas e alinhadas. Compactas, guardam em seu interior um lado que só poderá ser descoberto com o tempo.

Aqueles que têm o espírito aberto e desejam viver suas histórias com paciência e disposição conseguem aceitar o que esteve camuflado_um furinho aqui, uma costura solta ali_ e se encantam com a harmonia do conjunto;

Outros, julgando-se retalhos perfeitos e intactos, irão se sentir trapaceados diante de ranhuras no tecido ou má combinação de fazendas. Num mundo onde tudo é rapidamente descartado e substituído, um simples fio puxado ou desgaste no acabamento bastam para a reposição.

Há aqueles que acreditam estar numa missão, são os fiéis costureiros da colcha desfacelada e se empenham nessa jornada, sacrificando suas vidas em prol da recuperação da colcha esfarrapada. Esquecem que ninguém pode consertar ninguém… Remendos fazem parte do pacote e não dá para transformar uma colcha de retalhos num edredom dupla face;

Alguns se acham a última colcha matelassê do pedaço. Não conseguem encontrar um par à altura, pois imaginam ser merecedores de no mínimo um cobertor tipo exportação, cem por cento anti alérgico, aveludado e de aparência requintada. E seguem assim, desprezando radicalmente aqueles que não se enquadram em seus quesitos. Rotulam as pobres mantinhas, comparando-as a ponchos… inconscientes de que no fim estaremos todos corroídos pelas traças e desbotados pelo tempo, aquele que não poupa ninguém.

Há também os que nunca são escolhidos, passam a vida inteira empacotados ao contrário, deixando à mostra seus defeitinhos e escondendo o que têm de melhor. Não têm a sorte nem o tempo a seu favor, o tempo que permite nos mostrarmos por inteiro.

Não adianta cobiçar a colcha do próximo. É ilusão achar que a colcha do vizinho guarda mais qualidades que a nossa. Ninguém garante que lá no meio não existam destroços e muita fuligem… Cuide do que é seu e se quiser mudar o mundo comece remendando a si mesmo…

E se… depois de muitos anos amando uma colchinha sob medida, nos depararmos com um estrago enorme, um rombo ou uma corrosão no centro do que acreditávamos ser a colcha perfeita? O que fazer numa hora dessas?  Entender que somos livres e a escolha é nossa, aprendendo que não existem colchas perfeitas e edredons super king só existem nos contos de fadas…

Tem gente que não suporta ver o próprio estrago. São os que passam a vida inteira se mostrando por partes, só as melhores. Não aprenderam a confiar, a relaxar diante de suas imperfeições e combinações esdrúxulas.  Porém, pode ser que lá na frente descubram que onde havia uma manchinha agora reina uma nódoa gigantesca justamente porque não arejou. Abafada, contaminou tudo ao redor, como bolor… Se tiver sorte, um pouquinho de claridade e muito perdão resolvem.

Descobrimos que aquilo que sentimos é amor quando olhamos a colcha cem por cento aberta e apesar dos tecidos que não combinam, dos rasgos que insistem em abrir, do desbotamento e da costura que se desfaz, gostamos e aceitamos o que vemos sem a necessidade de buscar nossas caixinhas de costura; é quando nos habituamos ao conforto daquele desgaste, ao cheiro daquele bolorzinho, à visão daquela manchinha e aquilo não nos incomoda mais; ao contrário, traz alento. É quando enfim sentimo-nos em casa e nos permitimos ser vistos por inteiro também.

FELIZ DIA DOS NAMORADOS!

 Fabíola Simões


¨¨ Quando virei a esquina, já não era mais a mesma.


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Talvez eu já tenha perdido as contas de quantas pessoas eu perdi na vida. Digo talvez, porque nunca cheguei a contar, na verdade. Acontece tão rápido que nem percebo se estou do lado de alguém ou só faço companhia aos rastros que ela deixou quando foi embora. E tudo bem o coração apanha, mas revida. Quando dei por mim, já não era mais a mesma, a pele já estava mais grossa e aguentando batidas mais fortes.

Aquilo que doeu se fez presente em cada passo, fazendo questão de ser lembrado para mostrar como é ter um machucado que não pode ser visto. Mas, depois disso, virou página. Não era tão insuportável quanto parecia ser ou, então, eu mudei e nessa parte da vida já não valia mais a pena. Prefiro acreditar nisso, que se eu superei não foi por que o que doía deixou de ser importante, mas que eu parti de um melodrama de quinta, água com açúcar, e amadureci.

O fato é que aprendi a não fazer mais estardalhaço por cada detalhe. Que seja suave e libertador, caso não; que seja o que for, mas longe de mim. Não preciso de histórias de sessão da tarde, sem clichê e casos contados. Já não me reconheço mais dentro desses roteiros. Não sou mais a iminência de um conflito, já superei meus resquícios de abandonos e hoje estou pronta pra quem quiser ficar.

Se render. Na real, é libertador. Entender que o que é nosso pode se esvair num milésimo ínfimo, mas que permanecer vazio é escolha nossa. Nós só precisamos nos curar o suficiente até nos sentirmos seguros para caminhar, depois disso, quantas são as possibilidades. E se for reparar, assim que nos colocamos em pé e damos nossos primeiros passos depois da queda, é só virar a esquina para perceber que não somos mais os mesmos. Alguma parte fica ali, na rua de trás, no passado. A percepção muda, a visão que antes varria certa área, se expande e alcança lugares mais longes. É o aprendizado, somos moldados para aguentar desdobramentos, e cada vez que perdemos o chão, aguentamos mais, nos decepcionamos menos. É isso que fica, no final das contas, as agonias transformas em versos. O bom é reler e ver que valeu a pena mudar.

Abracei minhas pernas e chorei o máximo que pude, me senti completamente sozinha, não pude escapar. Joguei tudo para o alto, mas caiu em cima de mim. Eu me perdi nas minhas rotas e achei que não iria encontrar a saída. E olha, que bom que me senti assim. Porque me alivia os pesos no ombro saber que consigo enfrentar o que tiver que vir. E sei que sim, pois renasci das minhas fraquezas, mesmo quando me senti tão frágil quanto folha de papel molhada. Não sei qual foi a ordem da equação, onde estava o “x”, juro; não tenho as respostas. Foge da minha capacidade explicar como acontece, como superamos, sem querer. Mas, acredito, na verdade, que cada um acaba encontrando sua própria fórmula. A gente bebe das tristezas como se fosse álcool, mas depois vomita porque não pertence ao nosso organismo. O corpo te prepara, é isso que não podemos esquecer. Que estamos preparados, podemos aguentar.

Quando virei a esquina, já não era mais a mesma.
Como é bom estar aqui.


Najara Gomes