Há pessoas que acreditam que sua opinião é a única certa
Que nos dão sua indiscutível opinião sem que tenhamos pedido, que proclamam sua sinceridade porque afirmam que ajudam os outros dizendo-lhes aquilo que supostamente precisam ouvir.
“Não se pode confundir a verdade com a opinião da maioria.”
-Jean Cocteau-
Esse tipo de frase, mais que opiniões, são sentenças contundentes. Já que muitos de nós sofremos mais de uma vez os efeitos dessas situações, é importante lembrar que embora todos nós tenhamos pleno direito de dar nossa opinião, o que não é concebível é que elas sejam usadas para fazer mal, para humilhar ou para menosprezar. E mais, é necessário saber que as opiniões são meras expressões pessoais, simples reflexos do mundo emocional e cognitivo das pessoas que as emitem.
Nossas opiniões podem ser muitas vezes nossas próprias correntes. Vamos pensar sobre isso por um momento: quando alguém dá uma opinião sobre nós, o faz a partir da sua própria realidade, da sua própria experiência e dos seus próprios valores. Até aqui tudo normal, é o esperado e nós compreendemos. No entanto, esse processo também se aplica ao que a psicologia chama de “distorção de atenção”/“distorção de confirmação”.
Ou seja, existem pessoas que percebem apenas o que desejam ver, que se limitam a observar apenas certos aspectos em detrimento de outros para emitir julgamentos incorretos e extremamente distorcidos. Assim, a chamada teoria da escolha racional também nos diz que muitos desses heurísticos que aplicamos aos nossos pensamentos e às nossas opiniões correspondem a meras “intuições”, a avaliações simplistas que nos fazem cometer muitos erros.
Devemos tratar com muito cuidado, portanto, quem faz uso das próprias opiniões como se fossem verdades únicas, exclusivas e universais, porque não há nada que defina tanto uma pessoa quanto seus próprios comentários.
“Não machuque os outros com o que causa dor a si mesmo.”
-Buda-
Devemos aprender a nos desapegar um pouco das nossas opiniões para nos permitir ver o que está mais além. Antes de dizer a nossa amiga, por exemplo, que o vestido que ela está usando é horrível, devemos refletir primeiro que se ela está usando é porque gosta e porque seu estilo de se vestir é simplesmente diferente do nosso. Paralelamente, também nunca é demais nos lembrar do sempre útil filtro das três verdades de Aristóteles:
Você tem certeza absoluta de que o que vai dizer é verdade?
O que você vai dizer é positivo?
Essa opinião que você vai emitir pode ser útil para essa pessoa em específico?
Se a resposta a essas três perguntas for positiva, devemos falar. Nossa opinião, portanto, deve servir para melhorar a convivência e garantir o respeito entre as pessoas, criando, assim, relações mais válidas e significativas.
[ de ... A MENTE É MARAVILHOSA ]