Se precisa forçar, é porque não é o seu tamanho. Esta afirmação é válida para qualquer elemento, sejam peças de vestimenta ou relacionamentos, amizades, etc. Muitas vezes nos empenhamos para que uma determinada coisa se encaixe a nós e não percebemos que, na verdade, está nos machucando.
O que origina isto é a falta de amor. Mas não qualquer tipo de amor, e sim o amor próprio especificamente. É um verdadeiro triunfo abrir os olhos para perceber que os bons sentimentos nunca se acompanham de submissão. O amor não deve ser mendigado, nem implorado. Muito menos podemos manter essas expectativas às custas da nossa saúde emocional e da nossa liberdade.
Um relacionamento que aperta e dói está impedindo você de crescer e está oprimindo a sua capacidade de respirar livremente. É quase tão simples como se estivermos nos afogando, é preciso sair da água.
Agora, sair de um relacionamento tortuoso normalmente não é fácil e dá muito medo…
Cicatrizar as feridas
A primeira coisa a saber é que uma ostra que não foi ferida de alguma forma não produz pérolas, pois a pérola é uma ferida cicatrizada. São produto da dor. Quando um grão de areia penetra nela, as células de nácar começam a trabalhar e o cobrem com camadas , para proteger o corpo indefeso da ostra. Como resultado, forma-se uma linda pérola. Sabendo disto, podemos nos apropriar deste processo em forma de metáfora. Cicatrizar as feridas não é nada fácil, mas é o único caminho que ajuda a fechar uma dolorosa etapa de nossas vidas.
Que estamos tocando fundo, que não vamos conseguir estabilizar a própria vida
sem a presença dessa pessoa .
Estas sensações são normais em situações de adversidade emocional.
Para ilustrar isto vamos pensar na técnica chamada de Kintsugi que os japoneses usam para reparar peças quebradas. Esta consiste em recompor os pedaços das peças de cerâmica quebradas com ouro, de tal forma que o que estava quebrado agora se transforma na parte mais bela e forte do objeto em questão. Entao que a beleza das nossas feridas dependerá do que produzirmos em nosso interior e de como trabalharmos as nossas dores.
É bom colocarmos empenho em bordar com ouro as lágrimas nas nossas vestimentas, aceitar a necessidade de fechar círculos, dizer adeus e não se complicar demais tentando fazer caber um vestido que não serve. Talvez fiquem as cicatrizes, sim, mas sempre poderemos exibi-las com orgulho e, acima de tudo, com total liberdade sem que nada nos aperte.
https://www.youtube.com/watch?v=wxoKS5cmEZU